domingo, 8 de fevereiro de 2015

A vida é bela!

Meu último post foi sobre um filme a respeito a vida de um gênio da matemática, Alan Turing, "pai do computador", que revolucionou a maneira como vivemos hoje. Bem, hoje lhes trago um post com minha resenha para outro filme sobre um outro gênio, esse muito conhecido das grandes massas hoje em dia graças à linguagem simples que trouxe para perto dos reles mortais o entendimento da física quântica e do universo como um tudo, e também a sua condição física, que o mantém prisioneiro dentro de si mesmo (como muitos pensam), já que está prostrado em sua cadeira de rodas e só se comunica com o mundo via uma voz computadorizada. Esse gênio é ninguém menos que Stephen Hawking.

"Poxa, Rafael, mas você deu ao post o título 'A vida é bela!' e vem falar sobre um gênio aleijado?!". Pois é isso aí! Em "A TEORIA DE TUDO" o diretor James March (injustamente não indicado ao Oscar este ano) nos apresenta não um cientista debilitado, mas sim um grande ser humano que vive a vida no limite, da melhor maneira possível, que não se deixou abater pela doença e que, ainda assim, é o grande nome da ciência do século XX (e até agora do XXI!). Sua inteligência é somente comparada a de Albert Einstein,"pai' da teoria da relatividade e, claro, grande inspirador para Hawking. O roteiro assinado por Anthony McCarten (a partir do livro de Jane Hawking, ex-esposa do cientista) é de uma precisão ímpar, sendo dramático quando deve ser, romântico como deve ser e até engraçado quando convém, demonstrando o bom humor com que Hawking vive sua vida e, claro, evitando, talvez,  um banho de lágrimas nas salas de cinema. Dessa vez a Academia de Hollywood fez juz e indicou McCarten ao Oscar de roteiro adaptado.

Eddie Redmayne dá vida a Hawking na tela. Ou melhor, ele incorpora Hawking na tela. Não há como não reconhecer o cientista em nossa frente, inclusive nos momentos em que ele perde a habilidade de falar e passa a se comunicar com a tão conhecida voz robótica com que Hawking fala ao mundo. Aliás, é a própria voz robótica do físico que ouvimos no filme, gentilmente cedida por ele. Se a Academia não premiar o trabalho de Redmayne por esse filmaço, será uma grandessíssima  injustiça - mesmo com todos os outros talentosíssimos atores no jogo. Felicity Jones (também indicada ao Oscar) interpreta Jane, a melhor esposa do mundo, e não há como não se emocionar com ela diante das dificuldades que ela mesma trouxe para sua vida ao encarar essa "guerra" ao lado do seu grande amor, com quem teve três filhos e, apesar de divorciada hoje, ainda é sua grande amiga.

A música envolvente e nada melodramática (muito pelo contrário!) de Jóhann Jóhannsson dá o clima do filme, cuja montagem e fotografia também mereciam ser indicados ao grande prêmio do cinema.

O filme concorre aos Oscar de melhor filme, ator, atriz, roteiro adaptado e trilha sonora.


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