domingo, 26 de outubro de 2014

Por que votar contra o PT

Fui acusado por uma colega de trabalho, esquerdista ferrenha (mas nem por isso menos qualificada, aliás, extremamente inteligente!), de não saber porquê exatamente voto em Aécio (quem, segundo ela, não conheço). Essa mesma colega me diz que os escândalos de corrupção do Mensalão, sobre os quais Lula e Dilma sempre tiverem conhecimento (e teriam endossado) são extremamente justificáveis porque sem a compra de votos, os avanços sociais com as implementações dos diversos programas do governo PTista não teriam saído do papel. Ou seja, o fim justificaria os meios.
Sendo assim, os escândalos de corrupção do governo PSDBista, como a compra de votos para aprovar a reeleição, e principalmente as "fraudes" (atenção às aspas) na privataria tucana também seriam justificáveis porque trouxerem benesses ao povo brasileiro, principalmente nos setores de telecomunicação e de indústria de base (a VALE, segundo essa colega dada de presente para o capital estrangeiro, só tem aumentado sua produtividade, e a EMBRAER é hoje uma das maiores fabricantes de aviões do mundo).
A verdade é que eu não sou iludido de achar que o PSDB é a salvação da pátria e que FHC foi o melhor presidente que esse país já teve. Mas por outro lado, o PT certamente é o arauto do fim do Brasil como o conhecemos. O PT em quem sempre votei não é mais o mesmo, infelizmente, e hoje, vendido à maquina pútrida que é a nossa política, deve ser tirado do poder.
E é por isso que eu votei no Aécio, cara colega. Apenas por uma questão de princípios. Se ele vai ganhar, realmente não sei. Mas eu tenho a plena consciência de que fiz meu dever de cidadão - mesmo que obrigado.
E olha quem nem citei os escândalos da Petrobras...

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Expectativa alta como alimento da decepção

Não, você não leu errado o título do post. Se ele parece saído de um livro de auto-ajuda ou similar,o mesmo posso dizer das frases ditas pelos personagens no fraquíssimo roteiro Jan Berger, que nem de longe faz jus ao maravilhosamente estupendo livro O FÍSICO de Noah Gordon. O que é uma pena.

Para quem não conhece o livro, ou se conhece e não leu, ele conta a épica história de Rob Cole (Tom Payne, no filme), órfão que é acolhido por um barbeiro nas ruas da Londres de 1024 D.C., e com ele aprende a arte da cura" (entre aspas mesmos). Fascinado pela medicina que presencia médicos judeus exercerem, ele se passa por judeu para ser aceito na faculdade do mais proeminente físico (como os médicos na idade média eram chamados, daí o título da obra) de seu tempo, Ibn Sina no distante oriente (onde Cristãos não são bem-vindos).

A epopeia do jovem Cole em busca de conhecimento é recheada de muita aventura, mas sobretudo muitas descobertas e crescente admiração pela cultura judaica, e também pela muçulmana, que lhe garante doses homéricas de tensão e conflito interno entre o que ele acredita, o que lhe ensinam e o que acha correto. Infelizmente isso tudo é mostrado muito superficialmente no filme. O diretor alemão Philipp Stölzl não leva a culpa aqui, tendo feito o que pôde com o roteiro pleno de falhas, que em algumas passagens lembra mais uma novela de Glória Perez.

O ponto forte do filme fica com a soberba atuação de Ben Kingsley, na pele do físico (ou médico, como queira) Ibn Sina (personagem real), a fotografia magistral e na própria direção de Stölz. Para mim, e muitos fãs, fica a espera para uma melhor adaptação deste que está no hall dos 10 livros mais influentes de todos os tempos, de preferência como uma minissérie da HBO.

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EDIT: chegou a meu conhecimento há pouco que a distribuidora IMAGEM FILMES cortou cerca de 36 minutos do filme para exibi-lo no Brasil. Não sei se chegaria a fazer muita diferença no resultado final essa meia hora faltante, provavelmente não, mas fica aqui registrada a indignação...