sexta-feira, 26 de agosto de 2016

E deu tudo certo!


E as Olimpíadas estão se despedindo do Rio! Não teve bomba, não teve zica, não teve dengue, não teve caos. Bem, um certo caos teve, principalmente por conta da mobilidade urbana, mas nada insuportável (não para os padrões cariocas, já que temos o pior trânsito do mundo!).

O clima olímpico realmente tomou conta da cidade e eu só tenho a lamentar quem resolveu deixar a cidade ou se entocou em casa com medo de tumulto. Essas pessoas perderam a oportunidade de interagir com turistas e atletas do mundo inteiro durante duas semanas, compartilhando as belezas de nossa cidade e o melhor de nosso povo.

Quando eu poderia imaginar que estaria num estádio olímpico torcendo lado-a-lado com pessoas do Kenya, na Etiópia, da China, da Bélgica?! Quando eu poderia me pegar na dúvida para que time torcer numa final de vôlei feminino (e acabar me empolgando a alegria da torcida chinesa no Maracanazinho)?!

Só uma Olimpíada é capaz disso. Todos juntos, torcendo, comemorando - e claro, lamentando também. Por duas semanas quem estava aqui não pensou nas desgraças que assolam o mundo; não que as tivessem ignorado ou esquecido, mas sim porque uma olimpíada é capaz de unir, nem que momentaneamente, povos tão diversos, mas em sintonia com o melhor que a humanidade é capaz de prover.

Espero muitíssimo poder participar de um evento como esse novamente num futuro próximo - e quem sabe novamente no Rio ou qualquer outra cidade do Brasil!?

Que venham agora as Paralimpíadas, para mostrar novamente para o mundo que podemos sim ser melhores!

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

VIVA O RIO DE JANEIRO! VIVA AS OLIMPÍADAS!



Lá em 2009, quando o Rio de Janeiro foi escolhido como a cidade olímpica de 2016, eu confesso que senti um pouquinho de orgulho de ser carioca, muito, mas muito embora eu tenha torcido contra a candidatura da cidade. Eu sabia que, como hoje se comprova, a cidade não tinha - e ainda não tem, vide os feriados arbitrários - estrutura para comportar um evento desta magnitude.

Eu sabia, como hoje se comprova, que a cidade sofreria uma intervenção urbana aquém do que necessitava, ou seja, tomaria um "banho-de-loja", se maquiaria, ficaria bem bonita para receber turistas. Apenas isso. Derrubaram a perimetral e colocaram um VLT na zona portuária. O lugar ficou lindo, confesso. Mas pouco prático. A especulação imobiliária - ajudada também pela Copa de 2014 - fez os preços dos imóveis explodir não só na região recém recuperada como em toda a cidade. Investimentos em real infraestrutura ficaram de lado (o puxadinho do metrô até a Barra é uma piada de muito mal gosto, a ciclovia caiu e matou pessoas, as pistas do novo elevado racharam e esburacaram na primeira chuva, o BRT, ah, o BRT... melhor nem falar nessa merda). Nem vou falar aqui da baía de Guanabara e  das lagoas da cidade que continuam poluídas ou da  falta de segurança que nos assola diariamente.

Mas mesmo com tudo isso, eu paro de vez em quando e, talvez até mesmo influenciado pela mídia constante, me emociono ao ver as coisas finalmente acontecendo. Somos uma cidade olímpica! Mesmo que apenas “para inglês ver”. Inglês, americano, francês, alemão, argentino, iraquiano, japonês... O mundo está aqui. O esporte – maior legado da humanidade após as artes - serão celebrados. A união dos povos do planeta será celebrada! Resta a mim então – e a todos os cariocas e brasileiros – torcer para que tudo de certo e que façamos uma festa a altura do que um evento desta magnitude merece. A cidade está repleta de atividades paralelas ligadas aos jogos, turistas e atletas estão por aqui curtindo o que de melhor temos para proporcionar. Sim, há problemas. Sim, eles não serão varridos para debaixo do tapete. Mas vamos esquecer um pouquinho só deles e abraçar o evento que tivemos a honra de receber.

E passados os jogos, caso ainda nos sintamos incomodados com tudo o que poderia ter sido feito pela cidade e seu povo e não foi feito por corrupção e incompetência dos (des)governantes, as eleições municipais estão logo ai...

Viva o Rio de Janeiro! Viva as Olimpíadas!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Dois universos paralelos e uma rede social entre eles

Tá tão, mas tão feio os amigos "pela democracia" nos bombardeando o dia inteiro, a semana inteira, o mês inteiro com defesas pró-Dilma, digo, pró-governo... não! PRÓ-DEMOCRACIA...

Então quem defende a saída da presidente incompetente não é a favor da democracia?

"Ahhhh, mas incompetência não é motivo para impeachment!". Ok, ok, ok. Infelizmente não é (mas deveria ser, né? porque qualquer funcionário incompetente de uma empresa está sujeito a demissão!). Mas deveria ser no mínimo motivo para pedir pra sair. Tipo um, "foi mal, minha gente, não deu!".
Mas o crime de responsabilidade fiscal é. As tais "pedaladas" são mais do que justificativa para se impichar a mandatária do poder.

"AHHHHH.... mas não as contas não foram julgadas ainda!"

Cazzo! A própria presidenta (como queiram!) já admitiu que tanto ela quanto os que vieram antes lançaram mão desse subterfúgio. Se adimitir a culpa não é prova suficiente para ser julgado culpado, eu não sei o que é.

"AHHHHHH.... mas o FHC eo Sarney também 'pedalaram'!"

Bem, a não ser que você tenha um DeLorean com um Mr. Fusion para gerar 1.21 Gigawatt e viajar no tempo para impichar esses dois, desculpe, é tempo de cair da real e entender que o bandido da vez no poder é o único que pode ser impichado. Isso sim faz parte da constituição brasileira e está dentro da legalidade da DEMOCRACIA, assim como infelizmente está dentro da democracia e previsto na nossa Constituição que Temer e Cunha estejam na linha de sucessão do comando desta republiqueta de bananas. Mas deles dá pra cuidar também! CADEIA PRA TODOS!

Mas pelo que tenho lido aqui, nós somos todos coxinhas, filhos do imperialismo, sonhadores de férias em Miami e na Disney, voantes do Aécio, idolatradores de Bolsonaro, defensores do golpe militar, inconformados com as domésticas e porteiros e garis voando nos mesmos vôos que nós... Somos todos alienados pela Globo, sempre ela, o ÚNICO veículo de comunicação do Brasil, né? Desse Brasil tão grande, rico e lindo, que para os que "defendem a democracia" é exatamente aquele da propaganda politica do PT desde 2014.

Penso que vivemos em mundos paralelos, onde o Facebook é um portal interdimensional para que ambos os lados possam dar uma espiadinha no lado de lá (mas nunca querendo atravessar para viver do outro lado). Deve ser isso.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Náu sem rumo


Vamos fingir que no Brasil esquerda e direita ainda existam  enquanto dicotomia política e ideológica.

Como eu disse em um post de um amigo, a esquerda no Brasil está mais perdida do que cego em tiroteio. E isso é culpa da própria esquerda e de seu partido mór, o PT. Sim, mesmo ela querendo negar, o PT ainda é um partido de esquerda, mesmo que seu (des)governo não siga bem nessa direção.

A direita então deita e rola. Outrora a culpada de todos os males no país, onde a burguesia deita e rola sobre o proletariado desde 1500 e alguma coisa, a direita viu a direção nefasta que os desmandos do PT tomaram, muito por conta de tomadas de decisões que historicamente seriam atribuídas a sua ideologia, para voltar a ter esperança de ocupar a presidência. A população, traída pela esperança que representada por Lula em 2002 (não nos esqueçamos que o país estava mergulhado numa merda tamanha que Lula foi eleito com mais de 60% dos votos!), frente a toda a roubalheira perpetrada pelo único partido que não poderia se deleitar com a corrupção (a honestidade acima de tudo sempre foi sua bandeira!), foi as ruas clamar pela saída da corja que está aí.

E o que faz a esquerda tradicional então? Se cala. Porque não pode compactuar com a direita burguesa que conclama o povo para o "golpe do impeachment". Porque não concorda com
o PT, mas jamais se submeteria a um governo do PSDB. Porque não acham constitucionalmente justo "apenas o PT ser algo da metralhadora de Moro" em detrimento a outros partidos que representam outros setores da sociedade, setores esse retrógrados, burgueses, "escravagistas", e por aí vai.

Não que eles estejam errados. Realmente a metralhadora de Moro está alvejando o PT sem pena, e aparentemente deixando  de escanteio outros partidos e personagens delatados. Tudo  em prol dessa dita "burguesia que quer manter seus privilégios, como os de levar a babá negra uniformizada a passeata pró-impeachment". Mas foi o PT quem se meteu nesta. Ninguém ali é inocente.

Com esse discurso, a esquerda do Brasil, com que eu outrora me identificava bastante, parece (PARECE!) focar sua atenção apenas a movimentos sociais "menores" (muita atenção as aspas, por favor!), deixando o todo, o bem geral da nação, de lado. Não que os direitos das mulheres, dos gays, dos negros, dos índios, dos professores, dos estudantes (só para citar alguns) sejam menos importantes, mas focalizar a luta APENAS nas ditas minorias não fará o país desencalhar desse mar de lama.

Enquanto a esquerda continuar nesse discurso minimalista do nós contra eles, tão alastrado pelo próprio PT desde a funesta campanha de 2014, discurso este que acaba propagando o ódio entre as classes, e minimizar o ensejo de toda a população, e não somente uma parte, representada pelos mais de 6 milhões de pessoas que foram as ruas no último dia 13 de março, a direita vai continuar deitando e rolando até conseguir o que quer: a volta ao poder.

E nesse meio tempo, Lula e Dilma, sorridentemente, mandam todos nós a merda.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Banalização on line da infância

Essa moda de youtubers mirins é curiosa. Até há bem pouco tempo as crianças queriam ser bailarinas, cantoras, atrizes. Hoje, sonham ser como outras crianças e ficar fazendo "vídeo de desafios" e falando bobagem para a câmera, almejando seguidores mil e fama. Fama a qualquer preço. É o Big brother da internet.

Minha filha não é exceção. Ela e uma amiga estão começando a produzir videos IDÊNTICOS aos que centenas de outras crianças já estão fazendo - e não adianta falar para fazer algo mais original; não há algo original a ser feito. De repente uma edição mais bacana (coisa que o papai aqui sabe fazer). Mas o que elas querem é fazer EXATAMENTE o que as outras crianças estão fazendo.

A "ídala" da Julia hoje é uma menina chamada Bel, que tem um canal com mais de 1.2 milhão (!!!!) de assinantes. Bel tem 8 anos e desde os 6 tem esse canal no Youtube com a mãe. O que começou com alguns vídeos até "educativos" sobre penteados de cabelo para meninas (algo legal de ensinar, é verdade!) virou EXATAMENTE um BIG BROTHER, onde a vida da menina nos últimos dois anos é exibida quase que 24/7, em vídeos sem graça (sem graça mesmo! nem edição tem!) onde mãe (uma ném mais brega que não sei o quê) e filha (uma menina chatinha pra caramba) ficam ou mostrando como se joga um jogo que compraram, ou mesmo uma brincadeira qualquer (tipo, o jogo odo alfabeto), ou fazendo desafios ridículos (bem, ridículo para os adultos, claro, as crianças se divertem, é verdade), como misturar alimentos distintos no liquidificador e beber (eca!). Isso sem falar em vídeos absurdos onde, por exemplo, a menina se perde no shopping e a mãe a filma de longe esperando para ver sua reação. Dá pena.

E medo.

Medo porque essa mãe (e o pai, claro) super-expõe a filha de 8 anos num ambiente hostil como a internet. A partir dos vídeos, por exemplo, sabemos onde a menina mora, onde estuda, que shopping frequenta, quem mora com ela, quais são seus hábitos...  Mas a menina aparentemente se diverte e isso é o que importa, né? Onde estão os limites?

Para não dizer que estou exagerando, esses mesmos pais já criaram um canal para a filha caçula, de apenas 10 meses, onde repetem a fórmula feita com a filha mais velha. Esse mesmo canal já teria mais de 100 mil assinantes! Para assistem um bebê!

É ou não é a banalização da vida?

Se hoje nós olhamos curiosos para os outrora artistas-mirins e como suas carreiras e vidas se deturparam (a maioria), o que podemos esperar desses jovens "youtubers" quando a fofura da infância passar e eles não tiverem mais nada o que mostrar na internet (se é que haverá youtube ou mesmo a internet como a hoje conhecemos daqui a alguns anos!)?