terça-feira, 8 de março de 2011

Para sobreviver, cada segundo conta


Sim, cada segundo na vida conta. Você já deve ter percebido logicamente que quando estamos nos divertindo o tempo passa muito depressa, até demais! Mas quando estamos entediados, o tempo custa  a passar, fazendo poucos minutos parecerem horas. Imagine então ficar preso pela mão num buraco no meio do deserto por nada menos do que 127 horas, ou seja, 7.620 minutos ou pior: 457.200 segundos! Pois é esse o tempo em que o alpinista Aron Raslton passou preso na história contada no filme de Danny Boyle. Detalhe: sem água e sem comida.



Boyle é conhecido por ter vindo do submundo cinematográfico britânico com filmes nada  convencionais, como  Transpotting (1996) e A Praia (2000). Ele ficou conhecido pelo grande público pelo oscarizado QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO? (2008) e caiu definitivamente nas graças de Hollywood. Entretanto, ele não abandonou suas raízes e nos brindou com uma historia sobre humanidade e auto-superação extraordinários, sem contar a maravilhosa interpretação de James Franco, ator que vem se consagrando a cada papel e que já não é mais uma promessa da nova geração ou pior: um simples rostinho bonito.

No filme, escrito por Boyle em parceria com Simon Beaufoy a partir do livro do próprio Ralston, podemos reconhecer bem a mão  do diretor (com o perdão da referência óbvia), principalmente nas “viagens” de Aron, em especial quando ele acha que conseguiu se salvar em meio ao dilúvio que cai no deserto e inunda sua caverna (para quem estava morrendo de sede, se ver quase morrendo afogado é uma ironia). A fotografia de Enrique Chediak e Anthony Dod Mantle são complementares uma a outra; enquanto uma  alterna entre a claustrofobia da caverna e a amplitude espetacular dos canyons, a outra é plástica e desprovida de acabamentos, quando temos os planos gravados a partir da câmera amadora de Ralston, que faz dela seu videoblog para  a posteridade. A trilha sonora de A. R. Rahman é quase um personagem que aliado a ágil edição de Jon Harris nos fazem sentir na pele a angústia e a dor de Aron, principalmente na fatídica cena onde ele corta o braço para poder se livrar de sua prisão na rocha (atenção ao corte dos nervos, que são seguidos por rifes distorcidos de guitarra).  Perfeito!

O verdadeiro Aron, agora melhor equipado para as rochas!

127 horas não é um filme para pessoas fracas, não somente pela forte cena de amputação, mas pela narrativa que alterna momentos de lucidez com momentos de alucinação, o que pode soar um tanto confuso. Mas certamente é um filme para aqueles que gostam de se emocionar com a superação do ser humano mediante desafios aterrorizantes. Mas quem acompanha a série A PROVA DE TUDO (Man VS. Wild), do Discovery Channel, já se acostumou as bizarrices cometidas por Bear Grills nos mais inóspitos ambientes do planeta.

Confira o trailer do filme:

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