sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

As vantagens de se assistir um bom filme

Você já viu essa figura. Ele é o seu colega de escola quietinho, tímido, que senta - ou sentava - a seu lado na sala, mas você nunca soube seu nome. É aquele cara que, se vai a uma festa, fica ali no cantinho, bebendo um refri, apenas olhando o movimento, e nunca interage com os outros, nem faz qualquer esforço para isso, muito menos para ser notado. É um adereço na decoração apenas. Uma flor na parede. Invisível. E ele está legal com isso. Ao contrário dos colegas que buscam a todo custo ser populares, ele foge do radar. E conta os dias para que o martírio de ter que ir a escola no ensino médio - no caso dos americanos, o High School - termine e ele possa seguir com sua vida. Esse é o personagem Charlie (Logan Lerman) no excelente "AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL", tradução livre para "The perks of being a wallflower", dirigido e escrito por , baseado em seu livro de grande sucesso.


Charlie narra sua história como se estivesse escrevendo a um amigo, seu único amigo, alguém que mais tarde ficaremos sabendo que se matou.  Na escola, ele acaba se aproximando Patrick (Ezra Miller), gay assumido e extremamente original, e sua "meio-irmã" Sam (a gracinha e talentosíssima Emma Watson, completamente distante da Hermione, de Harry Potter).  Patrick e Sam são formandos e "adotam" Charlie, incluindo-o em seu grupo de amigos, os "invisíveis" e passam a ensinar ao garoto como viver a vida. 

Esqueça tudo o que você já viu em filmes com adolescentes americanos. Esqueça bebedeiras, escatologia e sexo casual. Stephen Chbosky conta com muita poesia e honestidade os percalços que um garoto de quinze anos passa para se descobrir enquanto homem e ser humano. Charlie tem um passado que o assombra, e faz de tudo para fugir dele, mas suas lembranças - ou falta delas - desse período apenas o prejudicam socialmente. Ele sofre apagões de memória, tem ataques de fúria, desmaia. Seus novos amigos - e sua família - vão ajudá-lo a superar essas dificuldades. Mas o que é a adolescência se não uma dificuldade atrás da outra a ser superada?  

Ambientada em algum lugar dos EUA em algum momento na década de 1980 ou início de 1990, o filme de Chbosky se apoia na nostálgica e mágica trilha sonora daquela época para envolver o espectador, que em diversos momentos se imagina ali, com aquela galerinha, escutando boa música, comendo um brownie especial, ou dançando como se não houvesse amanhã, sem se importar com a opinião alheia. Afinal, são invisíveis. E extremamente humanos.


2 comentários:

  1. Parece tão legal com você falando assim. Quando saiu o filme, eu nem tchum pra ele - e nem para o livro, depois que fiquei sabendo que tinha -, mas agora fiquei curiosa. Colocarei na minha listinha de "quero ver logo". :)

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    1. Nem eu, Andrea, nem eu. Mas corra atrás do prejuizo como eu fiz e assista! Filmaço!!!!

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