sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A coleção invisível

Aproveitando a oportunidade, fui conferir mais uma Premier de um filme nacional na mostra competitiva de longas no Festival do Rio, no cine Odeon Petrobras, o último daquela praça que já fez mais juz a seu nome: CINELÂNDIA. 

Produzido por uma produtora baiana e totalmente rodado naquele estado, "A COLEÇÃO INVISÍVEL" conta a história de Beto, um empresário do ramo de eventos, mas garotão, que so quer curtir a vida adoidado com seus amigos, indiferente às dificuldades financeiras de sua empresa quase falida. Após a morte dos amigos num acidente de carro em que ele só não estava presente por um capricho do destino, ele se isola do mundo, deprimido, até que sua mãe, dona de um antiquário que outrora fora de seu pai, o instiga a ir atrás de uma valiosa coleção de gravuras de um artista baiano há muitos anos vendida por seu pai a um fazendeiro do cacau no interior do estado. Está dada a largada para um filme em que o personagem principal, interpretado com sensibilidade e - admito, uma grata surpresa - por Vladimir Brichta, parte rumo a uma viagem de auto-conhecimento e redenção, tão típicos a qualquer road-movie. Não que o filme dirigido pelo francês radicado na Bahia Bernard Attal e roteirzado por ele, Sérgio Machado e Iziane Mascarenhas seja efetivamente um road movie, mas os elementos estão todos lá: a estrada (mesmo que breve), os percalços, as peculiaridades e contrastes entre as cidades (no caso aqui entre a cidade grande, "civilizada", e um dos mais pobres municípios do interior baiano) e os personagens marcantes, quase caricatos, que contribuem para a "jornada do herói" em rumo a sua redenção. Destaque para o grandíssimo talento de Walmor Chagas, como o sensível fazendeiro amante das artes, dono da coleção que poderá salvar Beto e sua família da falência. 

A fotografia de Matheus Rocha e a música de Silvain Vanot completam essa bela experiência cinematográfica que sim, tem seus defeitos (como o mau aproveitamento da participação especial de Paulo César Pereio ou a falta de uma conclusão mais nítida para a resolução dos problemas de Beto), mas que mesmo assim vale o ingresso.

Mais Festival do Rio em: http://2012.festivaldorio.com.br


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