quarta-feira, 7 de março de 2012

Correndo e morrendo na praia


Todos os anos os críticos elegem ao menos um filme pequeno (digo, independente) como seu queridinho. Um ano é uma comédia inocente sobre uma família desestruturada, outro ano um filme policial sobre o submundo das drogas, outro ano sobre o mundo cão num rincão distante do meio-oeste americano. Esse ano o eleito foi DRIVE, que, tirando o fato de ser passado em Los Angeles e não ser uma comédia, é quase uma soma dos três exemplos citados. Não é uma comédia., mas há uma família desestruturada. Não fala exatamente sobre drogas, mas tem mafiosos. E sim, é sobre o mundo cão.

Críticos e fãs ardorosos do cinema indy se decepcionaram com a Academia por ter ignorado DRIVE, dirigido por Nicolas Winding Refn e escrito por Hussein Amini. Eu já discordo: acho que foi justa e sinceramente achei até demais ele ter concorrido em uma categoria (pelo menos foi naquela em que  realmente se manifestou algum merecimento, que é sua edição de som). Do resto, tirando talvez a bela fotografia, não vi ali coisa alguma que pudesse ter causado tamanho alarde.

O personagem sem nome vivido pelo inexpressivo Ryan Gosling é mecânico e dublê, e nas horas vagas motorista de fuga para assaltos. Isso tudo sem abrir a boca. A nova vizinha Irene, interpretada pela lindinha Carey Mulligan, clone de Michelle Williamns (e igualmente talentosa) lhe chama atenção e praticamente sem trocar uma só palavra flerta com ela, até que seu marido Standard (what the hell?!) é solto da prisão e num passe de mágica tudo volta ao normal, a não ser o fato de que agora o motorista vira melhor amigo da família e topa ajudar o maridão (outrora quase concorrente) num serviço que lhe garantiria que os gangsters locais deixarem-no e sua família em paz por conta do pagamento de uma dívida contraída na cadeia. Ah, o gangster é o mesmo que topa investir nele como piloto na Stok car! Surreal, não?  

Personagens pouquíssimos desenvolvidos, uma história sem pé nem cabeça com um roteiro fraquíssimo e uma trilha sonora deprimente garantem a Drive o título, na mera opinião desse que vos escreve, do filme de ação mais chato (até então) deste século. Sem falar no letreiro do filme, na fonte Stacatto, em rosa, remetendo muito aos piores filmes dos anos 1980, o que por si só já indicava o que viria por ai. Salva-se  apenas a boa interpretação de Albert Brooks como o malvadão da fita e, como já citado, a fotografia e a edição de som. 


11 comentários:

  1. Ignorando os vários pontos positivos do filme, e todas as Nuances interpretativas, de fato o seu texto faz sentido parabéns.

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  2. Que vergonha cara, se você for fazer uma critica sobre qualquer filme falando superficialmente dele todos serão ruins. Trilha sonora ruim ?pelo amor.

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  3. é amigo vc me parece mais um que esperava um novo velozes e furiosos, com rachas, carros tunados e coloridos, explosões, explosões e mais explosões, mulheres lindas e vulgares, ah e sob a trilha de musicas dançantes modernas de 5ª categoria. Mas bem ai vão vir outros blockbusters pastelões aproveite-os e claro sem que vc precise pensar e sentir qualquer emoção válida ao decorrer da pelicula.

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  4. Marcelo, talvez eu não estivesse num dia bom, mas obrigado pelo elogio.

    Wesley, sim, falei superficialmente, concordo. Mas achei o filme superficial, fazer o quê? Muito pretencioso pra pouco conteúdo.

    Sadmen, ve-se que você não me conhece. Não gosto nem um pouco desse tipo de "filme" que você citou. E não, não esperava, portanto, que Drive fosse mais um deles. Simplesmente eu o achei chato e supervalorizado.

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  5. Boa a critica ! Drive é um filme supervalorizado, é apenas um filme normal

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  6. Descordo veementemente, drive é o melhor filme de 2011 tudo nele é bom Ryan Gosling em uma das melhores atuações de sua carreira que é brilhante, não posso tirar outra conclusão de sua critica a não ser que vc não sabe o que esta falando, os pontos fracos que vc citou são o que mais me agradou no filme já vi incontáveis vezes, veja novamente sem preconceitos talvez mude sua opinião e Drive não é queridinho só dos críticos e sim de todos que gostam do bom cinema ...

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  7. Jarbosn, respeito sua opinião sobre o filme como espero que respeite a minha (não dá é para respeitar tantos erros de português, rs, mas isso não está em cogitação aqui). Posso até rever o filme eventualmente, mas mantenho por enquanto a primeira impressão, que infelizmente, é muito difícil de ser retirada... em qualquer situação.

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  8. Ha desculpe ai pelo erro de Português mas acho da para respeitar ou perdoar !!! H a e só para constar o correto é opinião desse que vos escreve e não opinião desse que voz escreve. Lendo sua criticas cheguei a conclusão que vc achar um filme ruim é a elogio que ele pode receber !!!

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  9. Jarbson, obrigado pelo toque; já corrigi o texto!

    Agora, não entendi: você está dizendo que eu elogio um filme quando o acho ruim?!?!

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  10. Quis dizer que o que vc citou como "falhas pontos fracos" do filme foi o que eu e a grande maioria dos meus amigos vimos como os maiores trunfos, talvez só não seja se estilo de filme, respeito ...

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  11. Pois é Jarbson. Felizmente não sou o único, se não já começaria a pensar que tem algo seriamente errado comigo.

    Agora, pelo que você falou, pensei que estivesse fazendo referência a todas as outras resenhas que publiquei aqui no blog... Convido você a ler algumas e quem sabe entender porquê eu acho que Drive é um embuste (na minha humilde opinião).

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