sábado, 19 de janeiro de 2013

Uma jornada mal aproveitada

Estou de volta de férias e meu primeiro post do ano será sobre um filme do ano passado, mas o primeiro que assisti nesse "pós-apocalipse". O HOBBIT - UMA JORNADA INESPERADA, de Peter Jackson.

Não ficarei de rodeios e direi logo: não gostei muito do filme. De fato, eu até dormi durante a sessão (uma boa cochilada de uns 10 minutos). Para quem, como eu, esperava algo no nível de "O RETORNO DO REI", com que o mesmo diretor nos presentou há 10 anos, sim, houve muita frustração. Não que o filme seja ruim; ele até diverte e se presta ao que o livro do qual ele foi em parte inspirado se propôs: divertir as crianças.
Sim, O Hobbit é um filme infantil e ponto final. Não um besteirol, longe disso, afinal, não é um filme adolescente (graças a Deus!). Mas ele deve agradar a todos os miúdos (como dizem nossos patrícios portugueses) que lotam as salas dos cinemas e ganham de presente DVDs (e Blu-rays) dos filmes da Disney. Números musicais, cancionices até bregas que graças ao bom Deus ficaram de fora da trilogia do anel, aliados a situações dantescas que desafiam a lógica e a física (ok, estamos dentro de uma história de fantasia) tendem a agradar o público infantil mais do que a seus pais.

Além disso, a clara e a meu ver totalmente desnecessária intenção de linkar essa nova trilogia (sim, serão mais dois filmes, uma decisão que, digam o que quiserem, é puramente comercial, advinda da cabeça dos produtores que só visam seus bolsos) aos filmes de "O SENHOR DOS ANÉIS" só tendeu a deixar tudo mais enfadonho, principalmente o início, numa sequência de vergonha alheia total ao mostrar Frodo e Bilbo no que seriam instantes antes do início de "A SOCIEDADE DO ANEL". Elijah Wood (Frodo) está somente 15 anos mais velho (e mais magro) do que quando estrelou o primeiro filme daquela magnífica trilogia e John Holm (Bilbo) visivelmente cansado e pouco a vontade em retornar àquele papel. Se os produtores acham que, a essa altura, existe alguém ou alguma criança que nunca tenha assistido aos filmes da trilogia "O SENHOR DOS ANÉIS" é melhor começarem a assistir mais televisão ou se inteirar com o mercado de homevideo.

Para não dizer que não falei das flores, o ponto alto do filme é quando Bilbo (o excelente Martin Freeman) encontra o Um Anel e, consequentemente, conhece a criatura Gollum (Andy Serkis), essa sim a única ligação que o filme precisava ter com o universo da primeira trilogia.  Só essa sequência já vale o ingresso.

No mais, é um filme infantil que diverte; uma aventura a la Sessão da Tarde atual. E nada mais.  Espero tão somente que os dois próximos sejam mais dinâmicos e um tantinho apenas menos infantis.

4 comentários:

  1. Sério que você não gostou, Poggi?

    O HOBBIT já é um dos meus filmes favoritos de sempre!

    Uma coisa que eu não concordo: dizer que a decisão em tornar uma trilogia foi puramente comercial. A decisão partiu do Peter Jackson (que já está cheio de dinheiro) que é um fã de Tolkien e decidiu aproveitar todo o material filmado, pois, não fosse isso, ele seria todo perdido. Ou seja, foi uma decisão de fã para os fã do Tolkien que amaram a notícia! Melhor três do que um! haha

    Já assisti o filme três vezes no cinema e cada vez gosto mais do filme. Acho tudo impecável nele, especialmente atuações, fotografia, efeitos e trilha sonora. Quem sabe na segunda conferida você goste mais.

    Um grande abraço!

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    1. Pois é, Thiago. Eu assisti o filme como não fanboy de Tolkien, algo que nunca fui. Nunca li O SENHOR DOS ANÉIS, nem O HOBBIT, muito menos o SIMARILION. Apenas assisti os filmes da trilogia que, para mim, são impecáveis! Tanto nas versões normais quanto nas estendidas. Como eu disse na resenha, eu fui esperando algo no nível de O RETORNO DO REI e o que eu vi foi algo do nível ENCANTADA, da Disney. Não que isso seja bem um demérito, mas não curti. Quanto a decisão de se fazer uma trilogia, não vamos esquecer de que Jackson também é produtor dos filmes, então sim, seu bolso agradece. Claro, ele já ganhou muita grana e vai ganhar muito mais.

      Prometo dar outra chance ao filme, mas apenas na TV. Não darei dinheiro ao tio Jackson. Se eu reconsiderar e gostar muito, quem sabe não venha para minha estante em blu-ray???

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  2. Também achei o filmo excelente. Tem alguns poucos pontos que achei que houve uma forçada a mais, como o início citado por você, mas por outro lado, foi uma maneira de certo modo propícia para deixar a marca do diretos e dizer com clareza as intenções dele na série. De todo modo pensar que seria algo do nível do retorno do Rei em termos dramáticos, acho que você pisou na bola. Mesmo entendendo pouco de técnicas cinematográficas, percebe se que o filme é primoroso nos detalhes e muito bem amarrado.

    Ainda sobre sua comparação, veja bem, esse é o primeiro filme de uma trilogia. Se você compara o primeiro filme da trilogia Senhor dos Anéis vai perceber que, em comparação com os outros dois, o filme é bem abaixo mesmo. Tanto que achei A Sociedade do Anel, mediano (o que dizer daquelas cenas da festa de Bilbo, com os fogos de artifícios e as criancinhas hobbits correndo e gritando "Gandal, Gandalf"?)! Mas adorei esse primeiro Hobbit, e espero muito mais para as duas continuações.

    Com relação a ser uma trilogia, apesar de que, muito provavelmente tem dedo dos produtores para o $$, por outro lado minha tendência é pensar como o Thiago, numa decisão em que a influência maior foi de Peter Jackson. Aliás, voltando à "vergonha alheia" citada por você, vejamos: O Hobbit é um livro infantil, ponto. Faria sentido se o filme seguisse essa linha. OK! Ao colocar elementos infantis (aí que eu vejo, TAMBÉM, uma puta sacada de marketing) ele não se desfaz da característica do livro, dá a liberdade de seguir o caminho que ele quer seguir (na mesma balada que foi Senhor dos Anéis, onde a tensão, dramaticidade e empolgação foram evoluindo com as demais continuações, basta notar as cenas finais do primeiro Hobbit) e prende os miúdos aos demais filmes (senti até uma "homenagem" aos Sete Anões nas "cancionices até bregas")! Faz todo sentido e é coerente com as características do Peter Jackson.

    Enfim, achei o filme irretocável e magistral (sobretudo para os fãs). Música, elenco, fotografia, enredo... E não se engane, os próximos serão melhores.

    Abraço

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  3. Fora uns efeitos que eu achei meio toscos (o meio de transporte do Radagast, por exemplo), o filme é todo lindo! Fico dividida nessa coisa de ser 3 filmes, mas numa época em que nem metade dos filmes se salvam, antes mais 2 Hobbit's do que outros.

    Não achei infantil, mas queria que fosse porque assim poderia ter levado minha prima pra ver. (A classificação é 12 anos.)

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