Numa manobra extremamente populista, em pleno ano eleitoral,
Supremo Tribunal Federal, cujos magistrados não são eleitos pelo povo, mas
indicados por quem o povo elege, decidiu pela constitucionalidade das Cotas
Raciais em universidades.
Os que defendem a absurda lei alegam que ela vem reparar
séculos de exclusão social num país cuja Constituição diz que todos são iguais
perante a lei, independente de cor de pele, e credo e classe social (o que
todos sabemos que não é verdade, não na prática). Na minha humilde opinião isso é pura balela.
Se a lei supostamente está defendendo aqueles que sofrem por conta de sua
condição racial, não estaria ela mesma segregando esse grupo e, pior ainda,
inflando mais ainda o discurso racista ao dizer que apenas com uma cota esse
mesmo grupo poderia entrar na universidade pública? Sim, é isso mesmo! A lei
está dizendo que se você é negro (ou afro-descendente, vá lá), mulato, pardo,
“moreninho”, você é um coitado que não tem condições de estudar para passar
para uma faculdade de bom nível. E por isso mesmo você tem o direito de tirar
uma vaga de um branquelo, filhinho-de-papai, mauricinho que teve a sorte de
nascer com a cor certa e apenas por isso teve condições de estudar em boas
escolas e com isso angariar conhecimento suficiente para passar para uma
faculdade federal.
Uma lei menos absurda seria aquela que garantisse o acesso a
faculdade federal alunos provenientes de escolas públicas, INDEPENTENTE DE COR
DA PELE. Afinal, somos um país miscigenado, não há como especificar com 100% de
certeza quem é mulato, pardo ou “moreninho”. Pesquisas genéticas já apontaram
que alguns dos mais branquelos dos brasileiros têm quase 60% de DNA “africano”
em suas células. Além disso, mesmo que houvesse essa certeza, é sabido que não
somente alunos negros estudam em escolas públicas. Sim, em alguns lugares eles
são maioria, resultado de anos de negligência com os negros desde a abolição da
escravatura há quase 125 anos (aliás, abolição essa que lançou a liberdade
milhões de brasileiros sem qualquer nível de escolaridade e, por conta disso,
já naquela época, sem quaisquer condições de conseguir uma digna colocação no
mercado de trabalho).
A verdade é que o problema de educação no Brasil, todos
sabem, vem da base. O ensino fundamental é negligenciado há décadas;
salvaguardando raríssimas exceções, está sucateado. Crianças de 10, 11, 12 anos
são analfabetas funcionais (não compreendem um texto simples que acabaram de
ler). Adolescentes abandoam as salas de aula por puro desinteresse e partem, ou
para marginalidade, ou para subempregos,
que mal lhe garantem a sobrevivência e os mantém ignorantes.
O que faz o governo então? Cria um sistema de cotas para
tapar o sol com a peneira da sua própria incompetência. É dizer: “foi mal ai,
pode entrar na faculdade como prêmio de consolação”. O que virá daqui a pouco?
Cota para a nova classe C? Ops, essa é uma outra discussão, para outro post.
Criar cotas sem melhorar o a educação pública só piora o problema. O que adianta pagar mal ao professor, manter turmas de mais de 50 alunos, criar sistemas de aprovação automática nas escolas públicas e pra compensar a bagunça inventar o "direito" a universidade pública.
ResponderExcluirSe querem criar cotas, que aumentem o número de vagas nas universidades públicas. Se querem diminuir a desigualdade invistam na educação pública de qualidade desde o ensino fundamental.
Sejamos realistas, enquanto não houver mais investimento, só quem ganha com cotas raciais são as universidades particulares. Ou vcs acham que essa lei foi feita pra favorecer negros e que não há interesse de empresários do setor? Aliás, quem são os donos da Estácio mesmo? Que influência eles têm ?
É fácil criticar o sistema de cotas enquanto se é um branco. Não há o que dizer, vc nunca sofreu preconceito. Criar o sistema de cotas é uma solução a curto prazo? É, mas é solução. Todos sabemos que ainda há muito racismo na sociedade, ao ingressar mais negros nas universidades é evidente que no futuro teremos mais trabalhadores intelectuais no país, e isso sim é um começo para o fim do racismo.
ResponderExcluirDeveriam criar outros meios para acabar com o racismo? Com certeza. Mas se esse pode ajudar, tem que ser feito.
Fernando, existem várias formas de preconceito e eventualmente todos acabam sendo vítimas de uma delas. sim, sou branco, sim, estudei em boas escolas, sim, meus pais se esforçaram MUITO para eu ter uma boa educação e passar para uma faculdade pública, porque definitivamente não teriam como pagar uma particular. O sistema de cotas, que não serve somente aos negros (algumas instituições abrem cotas para pessoas de baixa renda advindos do sistema público de ensino; o que seria mais justo) é em sim uma forma absurda de preconceito, racismo mesmo, pois diz que os negros só podem entrar nesas instituições se forem agraciados com essa cota.
ExcluirO Brasil É um país RACISTA. Fato. Mas é só olhar em volta e ver quantos negros e descendentes de índios estão tendo cada vez mais posição de destaque na sociedade, seja na área cultural, seja na área científica, seja até na política. Nenhum deles precisou de cotas para se destacar.
Como eu disse, o sistema de cotas, principalmente os raciais, são tapar o sol com a peneira. Nem a curto prazo seria a melhor solução... Na verdade, é um tiro no pé.
Fernando, existem várias formas de preconceito e eventualmente todos acabam sendo vítimas de uma delas. sim, sou branco, sim, estudei em boas escolas, sim, meus pais se esforçaram MUITO para eu ter uma boa educação e passar para uma faculdade pública, porque definitivamente não teriam como pagar uma particular. O sistema de cotas, que não serve somente aos negros (algumas instituições abrem cotas para pessoas de baixa renda advindos do sistema público de ensino; o que seria mais justo) é em sim uma forma absurda de preconceito, racismo mesmo, pois diz que os negros só podem entrar nesas instituições se forem agraciados com essa cota.
ResponderExcluirO Brasil É um país RACISTA. Fato. Mas é só olhar em volta e ver quantos negros e descendentes de índios estão tendo cada vez mais posição de destaque na sociedade, seja na área cultural, seja na área científica, seja até na política. Nenhum deles precisou de cotas para se destacar.
Como eu disse, o sistema de cotas, principalmente os raciais, são tapar o sol com a peneira. Nem a curto prazo seria a melhor solução... Na verdade, é um tiro no pé.