terça-feira, 14 de junho de 2011

Primeira turma aprovada com louvor!

Dizem que a FOX tentou ardentemente boicotar esse filme, seja com trailers e teasers mal editados, seja com cartazes dignos de verdadeiros “sobrinhos micreiros”. Mas pelo visto ela não conseguiu e o filme é um tremendo sucesso, tanto de crítica quanto de bilheteria. E não é para menos. Na humilde opinião deste blogueiro, X-men: First Class é o melhor filme da franquia até agora e um dos melhores filmes do ano! Sim, isso mesmo! O diretor Matthew Vaughn e os roteiristas Ashley Miller,  Zack Stentz, Jane Goldman (além do própiro Vaughn), sob a tutela de Bryan Singer (produtor desde X-men 3 e diretor dos 2 primeiros filmes da franquia), deram uma verdadeira aula de como se fazer um filme de super-heróis – baseado ou não em quadrinhos, mas... qual não é, não é mesmo? – e conseguiram, creio, agradar aos mais fervorosos fãs do gênero. Uma aula que infelizmente o consagrado Kenneth Branagh não assistiu...

“First Class” começa exatamente onde o primeiro X-men começou, com a chegada do jovem Erik a um campo de concentração na Alemanha nazista, onde é separado dos pais e manifesta pela primeira vez seus poderes. Diferentemente do primeiro filme, aqui essa passagem é mais explorada, dando o primeiro estopim para o desenvolvimento da trama, quando o oficial Sebastian Shaw (Kevin Bacon, em excepcional interpretação) fica maravilhado com os poderes do futuro Magneto e resolve estudá-lo. Aliás, Shaw solta uma das mais bem sacadas frases sobre o fascínio nazista pela genética humana: “Olhos azuis? Cabelos Loiros? Patético!”. Ou algo assim. Ele na verdade fez referência aos verdadeiros motivos pelos quais a genética humana deveria ser estudada, que é o da evolução da espécie (não estou justificando aqui estudos em cobaias humanas como as executadas pelo Dr. Mengele durante a II Guerra, hein!).  Já adulto, Erik (Michael Fessbender, de "Bastardos Inglórios") busca vingança contra seu algoz e vai atrás dele pelo mundo, revelando-se um excelente poliglota, além de exímio guerreiro. A cena dele num bar nos cafundós da Argentina é antológica e digna de aplausos e lavam a alma de qualquer perseguido, ou não, pelo regime nazista.

Paralelamente, conhecemos o jovem Charles Xavier, que ainda criança descobre em sua cozinha a pequena mutante Raven (a.k.a. Mística), que é adotada pela família e coloca uma pulga atrás da orelha do público, que não sabia que a gatíssima e azulada mutante era tão velha assim e ainda: irmã de Xavier. Eu, pelo menos, não sabia. Quem puder confirmar que nos gibis... desculpe, HQs, essa história bate, por favor, comente ali embaixo. Já adulto, o exímio Xavier (James McAvoy, de Nárnia e O último Rei da Escócia), contrariando todas as teorias de que as mulheres buscam músculos e beleza e têm aversão a homens intelectualmente avantajados, joga todo o seu charme nas incautas e curvilíneas alunas do campus universitário –  quem diria! – ao mesmo tempo que protege sua irmã Raven (Jennifer Lawrence, indica ao Oscar esse ano por "Inverno da Alma"), evitando que ela manifeste sua real condição azulada em público.

O encontro tão esperado de Xavier com Erik se dá por mera coincidência (ou não) quando a agente da CIA Moira MacTaggert (Rose Byrne) recruta Xavier como consultor da Agência para acharem espiões russos e esbarram com o futuro Magneto tentando capturar Sebastian Shaw que fugia num submarino. A partir de então eles se unem e desenvolvem uma forte amizade enquanto, com a ajuda do jovem super-dotado Hank McCoy (Nicholas Hoult, de "Um Grande garoto" e da série inglesa "Skins"), que construira o Cérebro, buscam novos mutantes ao redor do mundo (leia-se: América) para recrutar e treinar e montar sua “primeira turma”.

Ok, eu paro aqui. Não vou ficar mais resumindo o filme, mesmo porque a partir daqui seria um spoiler atrás do outro. Vamos ao que interessa: o filme é extremamente bem dirigido, o roteiro é conciso e bem escrito e aproveita um evento histórico, a crise dos mísseis em Cuba (evento que quase desencadeou a III Guerra Mundial e que foi bem mais complexo, claro, do que exibido aqui) para posicionar os personagens num contexto e desenvolver suas características. E falo aqui de suas psicologias, de sua humanidade.  Apesar de serem super-poderosos, o foco dado a eles durante toda a trama é exatamente o seu lado humano, com suas falhas e seus anseios. Apesar disso, nem tudo é perfeito e algumas pontas se não ficaram soltas, ficaram mal amarradas, como a ida sem remorsos de Mística para o lado de Magneto. Sim, ela sofrera durante todo o filme por conta de sua condição mutante e com o desejo de ser aceita como ela é, mas daí a deixar o irmão no final para se juntar aquele que se tornaria o vilão mor da saga soou forçado. A escolha do elenco também é um ponto positivo na fita, mesmo que Jannuary Jones como Emma Frost seja meramente um colírio para os olhos, já que é uma péssima atriz. Mas mesmo assim “X-men: First Class” é um filmaço, para ser visto e revisto (preferencialmente em alta definição!), principalmente por aqueles que almejam fazer num futuro próximo um bom filme de super-herói. Fica a dica, Sr. Branagh.

Confira o trailer!



4 comentários:

  1. Opa! Esse eu vi e gostei, recomendo. Também não gostei de alguns poucos pontos na historia e no roteiro (talvez a adaptação para o cinema). Um ponto fraco foi a "primeira classe"... Atores fracos e um pouco fora do foco principal do filme (Magneto e Xavier). Emma Frost foi pouco explorada. Achei o jovem Xavier muito na conta também (como adaptação!) mesmo não tendo muitas referências dele no HQ quando mais moço.

    Michael Fessbender esteve muito bem como Magneto, mas também ficou forçada a parte em que os então inimigos dele são convencidos facilmente à lutar por sua causa. O proprio desenrolar em que isso aconteceu ficou muito brusco. Mas nada que tire o brilho do filme.

    Não vou dizer que é candidato à melhor filme do ano porque estou limitado pela lingua aqui, embora acompanhar X-Men foi tranquilo, exceto quando se conversavam em russo ou alemão, dai tinha que apelar para as legendas em francês!! Por falar nisso, o espanhol do Magneto é bem na conta!!!

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  2. Daniel Durvault Roitberg15 de junho de 2011 às 13:23

    Eu assisti o filme na pré-estreia e gostei bastante também... Mas fiquei um pouco decepcionado com a atuação da Jennifer Lawrence e do Michael Fessbender... Não que tenha sido horrivel, mas esperava mais de ambos... Não me venderam o papel! Em especial a mística =o

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  3. Que isso, Dani! Fessbender foi O CARA! roubou todas as cenas!

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  4. Acho que a atriz que fez a mística é muito cabeçuda pra ficar bem quando caracterizada com a versão azul da personagem. Acho que a cabeça grande, mais a cabeleira loira toda em baixo da máscara, resultou em "Big head! Big head!", como diria o Chandler do saudoso Friends, hahahaha!

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