sábado, 12 de fevereiro de 2011

LUTANDO CONTRA TUDO E TODOS


Aos poucos os candidatos ao Oscar de melhor filme começam a pipocar em nossas telas. Essa semana fui conferir um deles, O VENCEDOR (The Fighter), de David O. Russel (de Três Reis). A fita, como diria minha avó de 99 anos,  conta a história de superação de dois irmãos pugilistas, Micky Ward e Dicky Eklund, interpretados por Mark Walhberg e Christian Bale, respectivmente. 

Walberg, como sempre, é Walberg, não há o que falar. O carisma que ele tem como ex-rapper e estrela de Hollywood não condizem com a sua falta de talento dramático. Em contrapartida, Bale esbanja talento e empresta ao decadente e viciado em crack Dicky Eklund uma vivacidade ímpar, que convence sem muito esforço a audiência. Ele é um ator de mil facetas e merece ser premiado pela Academia por esse papel, que já lhe garantiu o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante. Melissa Leo interpreta com maestria Alice, a mãe dos pugilistas, que também têm sete irmãs.  Elas, juntamente com a mãe, como uma boa e pobre família suburbana de perdedores, batem de frente com Charlene Fleming (a gracinha e talentosa Amy Adams, que minha filha reconhece como sendo a princesa Gisele, de “Encatanda”, da Disney). Ambas querem o melhor para Micky, mas Charlene é quem o convence a largar a barra da saia da mãe e empresária e deixar de lado o  treinador e irmão perdedor (outrora conhecido como tendo derrotado Sugar Ray Leonard numa luta antológica em 1978) de modo a conseguir realizar o seu sonho: ser campeão mundial dos pesos pena.

Bale, passa talento ai pro Walberg!

O roteiro de Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson toma como base o documentário que a HBO fizera sobre a decadência de Dicky face ao vício, e é com essas câmeras que acompanhamos em boa parte do filme os personagens, o que dá agilidade a direção de Russel e empresta ao filme uma fotografia crua e sóbria.

Como todo filme sobre lutadores, entre eles o próprio Rocky de Sylvester Stalone (1976), Touro indomável de Martin Scorsese (1980), e O LUTADOR, de Darren Aronofsky (2008), que aqui também assina a produção, a história que temos é a de superação pessoal e profissional; para tanto é preciso passar emoção. E Russel consegue, tanto nas cenas de discussão familiar quanto nas cenas finais da luta (no spoilers, please), em que conseguimos vibrar com cada lance de Micky como se estivéssemos assistindo a uma luta de nosso amigo ou ídolo pela TV ou mesmo ao vivo no ringue.

O VENCEDOR não é o melhor filme do ano, nem mesmo o melhor filme sobre pugilismo (o meu preferido continua sendo Rocky), mas é um bom entretenimento recheado de excelentes atuações (menos a de Walberg, claro).

Confira o trailer:


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