Vou aqui iniciar uma série de posts sobre o mercado publicitário brasileiro e suas pérolas, principalmente no veículo TV, que consegue hoje penetrar em praticamente todos os lares do Brasil, país que, inclusive, é berço de vários dos publicitários mais aclamados do mundo, com prêmios em diversos festivais, como Cannes.
Infelizmente, claro, nem tudo são flores nesse mercado tão competitivo e milionário. Se por um lado já tivemos campanhas premiadas como a famosa "O primeiro sutiã a gente nunca esquece", da Valisère, de 1987 (quem tem mais de 30 anos certamente se lembra), por outro lado temos várias, mas várias pérolas do mal gosto e do non-sense.
A vítima, por assim se dizer, desse post de estréia é a nova propaganda da CAIXA, onde um menino nos seus quatro ou cinco anos está passeando de carro com a família. Ao seu lado a irmã pré-adolescente, que não larga o telefone e mantém os fones de ouvido, provavelmente ouvindo algum hit teen do momento. A frente, o pai, ao voltante, e a mãe, no banco do carona, sorrindo e admirando abobadamente a paisagem de prédios de algum centro urbano. Enquanto o passeio segue, e o letreiro enaltece as mais de 3000 agências e postos de atendimento da Caixa pelo país, o menino começa a ler os letreiros de todos os bancos pelos quais o carro passa: "Cai-xa". "Caixa lo-te-ri-a". "Caixa a-qui".
Ninguém dá a menor importância ao menino. Mesmo não sendo muito normal uma criança dessa idade (4 ou 5 anos) ler tudo o que ele vê pela frente - e nesse caso, apenas agências da Caixa - ninguém está aí para isso. Os pais, distraídos com a "linda" paisagem, não dão a menor importância. A irmã, ao lado, tampouco. Até que ela resolve tirar os fones e verificar que o que o irmãozinho estava tagarelando era nada mais do que ele estava lendo pela janela do carro. "Gente, o Dudu tá lendo!", ela exclama, para a alegria dos pais, que até então ignoravam o menino na cadeirinha e passam a sorrir orgulhosos enquanto o menino continua repetindo "Caixa, Caixa", feito um papagaio treinado. Felicidade geral. Isso tudo em 30 segundos.
A mensagem que os publicitários queriam passar aqui, no entanto, fica totalmente clara: há tantas agências da CAIXA espalhadas pelas ruas do país que uma criança é capaz de aprender a ler ao passear com a família. Sim, é isso aí. Só isso. E para tanto uma família abilolada, onde os pais não estão nem aí para os filhos, precisou ser mostrada.
Sei não... será que estou de implicância?!
Sei não... será que estou de implicância?!
Eis a pérola:
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E a menina ainda mostra, no celular, o site da... Caixa! (Como se uma criança da idade dela fosse entrar nesse site...)
ResponderExcluirConcordo com a crítica, não é implicância sua não, é que a propaganda é uma M mesmo! hahaha
ahahha, verdade! a menina ainda acessa o site da Caixa!
ExcluirBoa Ivan!
Os piores comerciais são os de Cerveja :)
ResponderExcluirPior do que os de pasta-de-dente e perfume não são, rsss, mas não se preocupe: vai ter espaço para trollar todos aqui!
ExcluirJá tinha lido sobre o comercial, mas aqui foi a primeira vez que vi. E essa semana, vi de novo na tv. Vergonha alheia ao extremo.
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