segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Amizade improvável, filme intocável

A improvável amizade entre pessoas completamente diferentes é recorrente no cinema, seja ele em Hollywood, seja ele em qualquer outro lugar do mundo. Portanto, o francês INTOCÁVEIS (Intouchables), de Eric Toledano e Olivier Nakache não é nenhum sopro de originalidade. Mas o que o faz tão delicioso de assistir, além de inspiradas interpretações de Françoise Cluzet e Omar Sy (além de todo o resto do elenco) é o primoroso roteiro, baseado numa história real, escrito pelos próprios diretores que, se por um lado pecam quase em demasia por clichês, por outro brindam o espectador com diálogos inteligentes e tiradas sarcásticas, principalmente vindas de Driss, o ex-presidiário que todos gostariam de ter como melhor amigo, pelo menos numa mesa de bar.

Driss (Omar Sy), como disse, é um ex-presidiário (ladrão-de-galinhas) que não tem qualquer ambição na vida e vive do seguro-desemprego. Para tanto ele se candidata a uma vaga de enfermeiro para o milionário tetraplégico Philippe (Françoise Cluzet), mas apenas para que receba um atestado de que se candidatou a vaga mas que não se encaixara no perfil desejado, assim podendo continuar a receber o benefício do governo francês.  Ao contrário do outros postulantes à vaga, ele não demonstra qualquer pena pelo estado do enfermo, ou finge qualquer ensejo humanitário. E isso desperta a curiosidade de Philippe, que para a surpresa de Driss, resolve contrata-lo por, pelo menos, o período de um mês como experiência.

O que poderia então se tornar uma experiência enfadonha e até aterrorizante para ambos, dentro de suas respectivas realidades, acaba revelando-se como estopim para uma verdadeira amizade, onde um completa o outro. Enquanto Driss serve de pernas e braços para Philippe, este serve como guia intelectual para o outro, compartilhando ambos de suas próprias experiências e descobrindo novos prazeres e sentido na vida.   

Críticos mais azedos de plantão (não li qualquer crítica para esse filme antes de escrever essa resenha) poderiam classifica-lo de exagerado, surreal, até mesmo de engodo, uma vez que fica claro que é um filme feito para agradar a todos, principalmente as massas, e até angariar ai um ou outro prêmio internacional (alô? Oscar???). Mas na verdade é um filme delicioso de se assitir, onde o que poderia ser um dramalhão, no estilo do filmaço O ESCAFANDRO E A BORBOLETA  (2007), se torna uma comédia de situação, sem apelar para o besteirol e a escatologia, respeitando assim a inteligência do público e a delicadeza do tema abordado.

Confiram o trailer:

2 comentários:

  1. Já tinha "escutado" falar desse filme, mas ainda não tinha parado pra ler alguma opinião ou ao menos ver o trailer. Parece bom, mas provavelmente só conseguirei assistir quando sair em DVD.

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    1. Faça um esforço, Andrea, e vá ver no cinema! Não irá se arrepender!

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