terça-feira, 13 de agosto de 2013

Top 10 filmes nacionais (na minha humilde opinião)

Todo mundo gosta de listas, não é? Todos os sites especializados e blogs afins tem suas listinhas de filmes, sejam de piores ou de melhores, por estilo, por diretor, por ator ou atriz... Enfim, sem muitas delongas, eu, como apaixonado por cinema e grande admirador e entusiasta da sétima arte aqui no Brasil, listo abaixo os dez melhores filmes nacionais (na minha humilde opinião). Sinta-se livre para dar sua opinião!

1. CIDADE DE DEUS (2002)

"Dadinho é o caralho, meu nome é Zé Pequeno!". Essa frase que se tornou um bordão na boca do povo é uma das mais emblemáticas da história do cinema mundial. Fernando Meirelles e Kátia Lund fizeram história ao levar mais de 3 milhões de espectadores aos cinemas brasileiros para assistirem um filme violento, cru e extremamente realista, aquele que deu origem ao estilo chamando "favela-movie", estilo esse que inspirou outros diretores mundo afora, como Danny Boyle, em "Quem quer ser um milionário " ("Slumdog millionaire"). O filme foi tão em todos os mercados pelos quais passou, elogiado por público e crítica, que não teve como a Academia de Hollywood não reconhece-lo e ao menos indica-lo a quatro Oscar ® (direção, fotografia, roteiro adaptado e edição). Infelizmente aquele ano foi o de "O Retorno do Rei", e Meirelles e sua equipe voltaram de Los Angeles sem as láureas, mas devidamente honrados com as indicações.

2. CENTRAL DO BRASIL (1998)

Walter Salles emocionou meio mundo com a história de Dora (Fernanda Montenegro), escroque atuante na estação central de trens de subúrbio do Rio de Janeiro que tem a chance de redenção ao ajudar o menino Josué, órfão de mãe, a encontrar o pai no sertão nordestino. Um roadmovie divinamente dirigido e interpretado (com direito a indicação de Fernanda ao Oscar® de atriz principal, injustamente perdido para a insosa Gwineth Paltrow por seu papel em "Shakespierre apaxionado")  cuja presença deve ser obrigatória em todas as listas de melhores filmes do mundo.

3. TROPA DE ELITE 2 (2010)

Muitos vão chiar ao final dessa lista e perceber que o primeiro "Tropa de elite" não está presente. E há um porquê. Apesar dele ser muito bem dirigido, escrito e interpretado, essa continuação é digna de quebrar paradigmas ao ser melhor que seu filme antecessor (algo realmente muito raro). José Padilha (diretor) e Bráulio Montovani (roteirista) conseguiram unir numa película todo o submundo da corrupção policial e política presente nas corporações tanto no Brasil como mundo afora (infelizmente) sem se renderem a ações desenfreadas e desmedidas. Apontaram e enfiaram o dedo na ferida. E giraram. O resultado foi simplesmente o filme de maior público na história do cinema nacional (mais de 10 milhões de pagantes), recorde esse dificílimo de ser quebrado num futuro próximo.


4. COMO NASCEM OS ANJOS (1996)

Esse pode ser considerado um precursor do "favela movie", mas com a ressalva que sua ação se passa bem longe de uma. A história de dois menores, um menino e uma menina, que se vêem forçados a fugir da comunidade onde moravam e se esconderem na casa de um rico empresário americano, que mora com sua filha no Joá, e são confundidos com sequestradores é fantástica. A tensão crescente entre os menores, o empresário, sua filha, a empregada e a polícia que cerca a casa é crescente a cada minuto, tornando tudo muito claustrofóbico e levando a um final surpreendente. As então crianças Priscila Assum e Sílvio Guindane foram laureados no Festival de Gramado como melhores atores pelo filme.




5. BYE BYE BRASIL (1980)

Cacá Diegues presenteia os amantes de cinema com um roadmovie brazuca da melhor qualidade ao nos levar de carona na Caravana Rolidei (sic). Com um grande elenco, com nomes como José Wilker, Beth Faria, Jofre Soares e Fábio Jr., acompanhamos as desventuras da trupe mambembe Brasil afora, tentando conviver com - e sobreviver aos - seus dramas, suas alegrias e suas diferenças. Isso tudo embalado pela trilha sonora de Chico Buarque. Sem mais...










6. O INVASOR (2002)

Este é apenas o terceiro longa do diretor Beto Brant, que já havia mostrado ao que veio com "Os matadores", de 1997, quando nos presenteou com um digno faroeste moderno, com direito a Maria Padilha à la René Russo. Neste "O Invasor",  ele joga o espectador no labirinto que se tornou a vida de Ivan (Marco Ricca) quando este concorda com a proposta do amigo e sócio Giba (Alexandre Borges) de matar seu outro sócio de modo a eles controlarem a construtora a sua maneira. Escrito por Marçal Aquino, a partir de seu romance, a história degringola mais quando o assassino contratado resolve querer mais que seu pagamento. O titã Paulo Miklos foi sabiamente escalado para o papel e rouba todas as cenas em que aparece.



7. DURVAL DISCOS (2002)

Essa deliciosa comédia dramática escrita e dirigida por Anna Muylaert conta como muda a vida de Durval (Ary França), quarentão, solteiro, fanático por vinil, que mora com a mãe (Etty Fraser) na casa que serve de loja de discos, não somente com a chegada do CD, mas principalmente com o aparecimento da menina Kiki, deixada lá por sua sequestradora (que acabou morta numa emboscada da polícia).  A trilha sonora é um personagem a parte.









8. MAUÁ, O IMPERADOR E O REI (1999)

Cinebiografias são praticamente a especialidade do diretor Sérgio Rezende, que já levara as telas a história do revolucionário Lamarca, em 1994, e de Antonio Conselheiro, em Guerra de Canudos (1997). Aqui ele conta a história de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, o homem mais rico do Segundo Império. Maçom, ele foi um empresário visionário que tinha certeza de que o país só seria grande se tivesse indústrias e estradas de ferro para escoar a produção (algo que nos falta hoje em dia, quase 200 anos depois), mas que por pressão de setores escusos da corte e do governo, acabou perdendo tudo, mas se reerguendo novamente. Com uma direção de arte fabulosa, que leva o espectador ao Rio de Janeiro do século XIX, "Mauá..." é a prova de que é possível dar uma aula de história sem ser enfadonha.




9. AS MELHORES COISAS DO MUNDO (2010)

Esse filme é a prova de um filme adolescente pode ser inteligente, emocionar e ser engraçado ao mesmo tempo, sem apelar para a escatologia, a pornografia e o nonsense. Laís Bodanzky passou meses coletando informações, pesquisando, entrevistando adolescentes em várias escolas do país de modo a saber como é o seu mundo, o que eles almejam, o que eles sentem. O resultado foi um filme sensível e hiper realista, ainda mais porque foi estrelado por não atores, escolhidos dentre centenas dos que foram entrevistados pela prodçução. Nem a presença de Fiuk, claramente escalado para chamar público, estraga a experiencia. Se ao menos fizéssemos mais filmes como esse em nosso cinema...





10. ESTÔMAGO (2007)

Contato em dois tempos em um roteiro muito bem amarrado, esse filme, que é a estréia em longa-metragens do diretor Marcos Jorge, tem no protagonista Nonato o seu coração. João Miguel dá vida de maneira tão majestosa a esse anti-herói apaixonado por culinária que é impossível não simpatizar com ele, mesmo ao final, quando descobrimos porque, afinal, ele está preso.











Mensão especial a EDIFÍCIO MASTER, documentário de Eduardo Coutinho, que merece todos os prêmios que ganhou e mais alguns. O documentário sobre moradores de um prédio de apartamentos conjugados no coração de Copacabana, bairro mais populoso do Rio, é simplesmente perfeito. Para ser visto várias vezes!



Mensão honrosa para CARLOTA JOAQUINA - PRINCESA DO BRAZIL, de Carla Camurati. Lançado em 1994, é aclamado como o precursor do que foi chamado "retomada do cinema brasileiro". Conta sob a ótica de um professor escocês à uma aluna e com muito humor a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, com foco especial na princesa Carlota Joaquina, que viria a se tornar rainha do Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves.


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