terça-feira, 16 de junho de 2015

UM MUNDO DE RISADAS E LÁGRIMAS

Você já deve ter lido ali ou acolá que Walt Disney sonhava com um mundo melhor e por isso mesmo tinha um projeto de uma cidade autossustentável, onde tudo funcionasse e todas as pessoas fossem felizes; um mundo incrível já num futuro próximo. Bem, esse mundo não se concretizou antes que ele morresse  - e ainda não -, mas seu sonho acabou virando um parque de diversões inaugurando em 1982 adjacente ao seu Magic Kingdom, em Orlando, formandos os alicerces do que hoje conhecemos como DISNEY WORLD. Esse parque é o EPCOT CENTER (Experimental Prototype Community of Tomorrow, ou, em bom português, Protótipo Experimental da Comunidade do Amanhã). Antes dele, porém, Disney concebeu para seus parques na Califórnia e na Flórida a área TOMORROWLAND, ou Terra do Amanhã, na lingua de Camões, que já fazia referência a esse mundo futurista imaginado por ele.

Bem, esse mundo agora ganha vida nas mãos do diretor Brad Bird (OS INCRÍVEIS), com roteiro assinado pelo próprio Bird em parceira com Damon Lindelof (criador de... afff... LOST). Mas, como ficamos sabendo no filme - e isso pode sim ser um spoiler, e se você não quiser saber, PARE DE LER AGORA, Tomorrowland não é a Terra no futuro, e sim uma dimensão paralela, uma sociedade nem tão avançada num mundo muito avançado tecnologicamente. Neste mundo, até outrora, autômatos com perfeita forma humana são enviados à Terra para recrutar mentes brilhantes em todos os campos das artes e das ciências, mentes essas responsáveis pela evolução do local. Mas alguma coisa dá errado com o plano e esses robôs são banidos de modo que o recrutamento não seja mais feito.

Um deles, no entanto, o que aparenta ser uma linda garotinha, Athena (Raffey Cassidy), continua com sua demanda e localiza a lindinha Casey (), esperta adolescente  filha de engenheiro da NASA prestes a ficar desempregado. Quando Casey descobre o pin com o logotipo de Tomorrowland deixado por Athena e o toca, é imediatamente transportada para lá, numa espécia de holograma hiper real, o que descobrimos ser, apenas, uma propaganda da Terra do Amanhã, convidando a moça fazer parte daquilo. Mas, uma vez o pin danificado, ela, com a insistência de Athena, vai em busca do único e conhecido humano que já estivera em Tomorrowland e de lá fora banido há alguns anos de modo que ele a ajuda a ir para a "terra prometida". Esse alguém é o desiludido inventor Frank Walker (George Clooney, mais canastrão do que nunca nesse papel), que se vê forçado a ajudar a garota, agora perseguida (e ele mesmo, por assim se dizer) por robôs maléficos que tentam impedir a todo custo (e não dispensando o massacre de vários humanos no caminho) que o trio improvável chegue a Tomorrowland e de lá consiga evitar o fim iminente de nosso mundo.

Ufa! Conseguiu seguir a trama? Pois é. É isso aí. Em seus exagerados 130 minutos de duração, Bird não perde a mão da direção e nos conduz numa aventura maravilhosa, e mesmo com a "barriga" no segundo ato, o que faz com que a estória se perca um pouco (ei, o roteiro é do criador de LOST!) e com um improvável vilão cujo fim não poderia ser diferente em se tratando de um filme da Disney, consegue passar a mensagem de que um mundo melhor é sempre possível e que está nas mãos da geração Y (e também da Z) o otimismo e o talento necessários para que isso aconteça.

Tomorrowland,  assim posto, é mais um filme bonitinho com a marca Disney. Mas ainda assim uma aventura eletrizante que vale o ingresso.


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