segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O GRANDE PEQUENO NICOLAU



Fazer filmes infantis é muito difícil, isso é fato. Mais difícil ainda é adaptar uma obra consagrada como “As aventuras do pequeno Nicolau” de René Goscinny (de Asterix) e agradar não só crianças, mas principalmente adultos, ou melhor, crianças crescidas. Imagine então dirigir um elenco repleto de meninos de até 10 anos! Claro que extrair a naturalidade de pequenos não-atores é até relativamente fácil, como já vimos em diversos filmes e seriados (até mesmo nacionais, como O MENINO MALUQUINHO), mas transformar essa naturalidade em algo que não soe caricato é digno de aplausos, tanto para o diretor quanto para o roteirista, aqui funções acumuladas por Laurent Tirard (que no roteiro teve ajuda de Grégoire Vigneron).



Nicolau (ou Nicolas, no original), é um menino de 10 anos que vive na França dos anos 1950 e é feliz ao extremo com seus pais amáveis e amigos fiéis, dotados de características distintas e extremamente bem desenvolvidas no enredo. Sua tranqüilidade no entanto é abalada quando percebe uma mudança no comportamento dos pais, que, segundo pilha errada dos amigos, indicaria a chegada de um irmãozinho, o que poria seu paraíso na Terra em risco. A partir daí ele tem a ajuda dos amigos para bolar um plano para seqüestrar o bebê quando de sua chegada, o que manteria o eixo das coisas no lugar. Inocência pura. Prova mais do que clara que a falta de diálogo entre adultos e crianças pode gerar mal entendidos soberbos, em qualquer época.

Com cenas antológicas, como a do jantar que os pais de Nicolau oferecem ao chefe e sua esposa, no intuito de angariar uma promoção, ou a do exame médico na escola, e também a do carro desgovernado, entre tantas outras, “O PEQUENO NICOLAU” é emoção na medida certa, nunca piegas, e uma diversão certa para toda a família, composta de crianças de 8 a 80 anos. Isso sem falar da magistral abertura, toda ilustrada por Jean-Jacques Sempé, parceiro de Gosciny nos livros de Nicolas e sua turma.  Atenção a trilha sonora, que embala magistralmente o filme, quase como um personagem (ao melhor estilo “The Wonder Years” / “Anos Incríveis”).

Fique com o trailer original e abaixo o dublado.







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