segunda-feira, 9 de junho de 2014

X-Tudo

Foi no longínquo ano 2000, último ano do século XX e do segundo milênio, que um jovem diretor, cujo maior êxito até então foi o filmaço "Os Suspeitos" (1995), decidiu puxar o freio-de-mão nos filmes de Super Herói e rearrumar casa. Ele nos brindou então com o início do que seria uma das franquias de filmes baseados em "comic books" mais rentáveis e responsável por toda uma diretriz de qualidade que culminou com os magnânimos e magníficos filmes da trilogia "Cavaleiro das Trevas" de Christopher Nolan, que praticamente reinventou (para melhor) o Batman, e dos filmes dos Vingadores ("Homem-de-ferro" encabeçando a lista). X-Men trouxe para a telona personagens fantásticos, entre eles o imortal Wolverine (Hugh Jackman, lançado oficialmente ao estrelato com esse papel), e superou muito as expectativas dos fãs mais ardorosos, mesmo aqueles que só conheceram, como eu, os X-men pelo fantástico desenho animado dos anos 1990.

Quatorze anos passados, entre altos e baixos na franquia, Bryan Singer volta a direção de seu filho, agora com X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO (WTF tradução?!). Aqui, personagens da trilogia original de X-MEN se encontram num futuro/presente distópico onde tanto mutantes quanto humanos estão sendo caçados impiedosamente pelos Sentinelas, robôs gigantes com capacidade de absorver poderes dos mutantes que ataca. A até então dispensável personagem Kitty Pryde (encarnada pela gracinha Ellen Page) desenvolve um extraordinário poder e consegue transportar Wolverine, ou melhor, a consciência de Wolverine para o ano de 1973 (onze anos passados após os eventos de "X-MEN: Primeira Classe"), onde ele deve convencer um ainda jovem e cabeludo, embora desgostoso da vida, professor Xavier (James McAvoy) a novamente se unir a Magneto (Michael Fassbender) para tentar impedir a renegada Mística (Jennifer Lawrence) de assassinar o empresário Bolivar Trask (o excelente Peter Dinklage, o anão de "Game of Thrones"), responsável pelo projeto Sentinela, e assim desencadear os eventos que culminariam com aquele tenebroso e sombrio futuro. 

Deixando de lado as falhas de roteiro, muitas das quais típicas e até certo ponto aceitáveis em se tratando de uma história de viagem no tempo - mas outras nem tanto-, "X-Men: Days of future past" é um filmaço de ação, que prende o espectador na poltrona por 140 minutos. Singer conseguiu reunir um time de estrelas que, mal ou bem, devem seu sucesso à ele e/ou à franquia por ele iniciada há 14 anos, pena apenas que seus personagens sejam, em sua maioria, muito mal aproveitados. O próprio Wolverine, que já teve dois filmes dedicados exclusivamente a ele, tem pouquíssima participação aqui - e não fica claro porque ele permanece, em consciência, no passado até o final do filme.  O Eric/Magneto de Fassbender continua roubando todas as cenas e sua fuga da prisão, auxiliada pelo jovem mutante Mercúrio, recrutado por Wolverine, é a cena pela qual só ela já vale o ingresso. 

Atenção para as cenas pós-créditos, que revelam um tiquinho da trama do próximo, e talvez derradeiro, filme da franquia: X-men: Apocalypse.
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