O dia que durou 21 anos

Todos os anos o Festival do Rio inunda a cidade com mais de 400 filmes de todos os rincões desse mundo, divididos em mostras temáticas e também competitivas (para produções nacionais). Essas mostras competitivas dividem-se em longa de ficção, curta-metragem e longa documentário, mostra essa que traz a nata do cinema-verdade produzido em terra brasilis. Esse ano eu tive a grata oportunidade de assistir no Odeon, o cinema mais charmoso do Rio, a premier concorridíssima de "O DIA QUE DUROU 21 ANOS", longa de ficção de Flávio e Camilo Tavares (pai e filho), que trata de um tema já bastante usado em diversos longas, de ficção ou documentário, no cinema brasileiro: os anos de chumbo da ditadura militar.

Aplaudidíssimo durante seus quase noventa minutos de exibição (em certos pontos até com exagero por uma turma de falsos-comunistas que tuitavam as maravilhas do filme em seus iPhones, Samsungs e Blackberries), o filme conta como se deu a participação dos Estados Unidos da América ("land of freedom, home of the brave") durante o golpe, que derrubou com espantosa facilidade o presidente João "Jango" Goulart (dispensando-se a frota americana "estacionada" na costa  brasileira caso houvesse resistência de Jango e militares que o apoiavam), e durante todo o período da ditadura, que durou oficialmente 21 anos (de 1964 a 1985). Para tanto, contou com depoimentos marcantes de figuras ilustres da época, como o deputado Plínio Arruda, historiadores brasileiros e americanos, e também de pessoas ligadas ao corpo diplomático daquele país, assim como ex-agentes da CIA. 

Lançando mão de uma narrativa com tom conspiratório e edição dinâmica, "O DIA QUE DUROU 21 ANOS" não chega a ser a aula de história definitiva sobre o período, mas certamente é um entretenimento adequado àqueles que gostam do tema abordado - e de quebra, sim, ensinam uma ou outra coisa sobre esse triste período de nossa história recente. Forte candidato ao troféu Redentor esse ano!

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