quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Skyfall nas alturas

Devo aqui confessar – e por favor, lembre-se de que todos têm seus telhados de vidro – que eu nunca assisti um 007 com o seu primeiro e mais famoso intérprete: Sean Connery. Mas em compensação, já assisti a todos os outros e gosto muito da série, mesmo com seus altos e baixos. Devo confessar também que, ao contrário da maioria, eu gostava muito, muito mesmo do bonachão Roger Moore como James Bond e nunca fui fã de Timoty Dalton, que para mim tem mais cara e pose de vilão do que  de herói. Pierce Brosnan veio ressuscitar o agente de Sua Majestade no cinema nos anos 1990 com elegância e até competência. Mas foi esse reboot com Daniel Craig que trouxe Bond ao século XXI nessa até então trilogia recheada mais que nunca de ação quase ininterrupta. E mesmo após um segundo filme (‘Quantum of Solace’) mediano (o filme só se salva pelos 15 minutos iniciais) a série, que completou 50 anos esse ano de 2012, ganha um reforço com esse Skyfall que, na minha humilde opinião, é um dos melhores filmes do personagem criado pelo escritor Ian Fleming, e arrisco dizer, o melhor dos três até então com Daniel Craig.

Dado como morto numa difícil missão para recuperar um HD que contem o nome de todos os agentes de Sua Majestadae infiltrados mundo a fora, Bond resolve tirar seu ano sabático numa ilha paradisíaca, obviamente cercado de lindas mulheres, quando um atentado terrorista na sede do Mi-6, o Serviço Secreto Britânico, o faz "ressuscitar". Visivelmente fora de forma e ainda muito abalado com a decisão de M (Judi Dench) de priorizar a missão em que ele fora alvejado por ordem dela, Bond tem a chance de provar que ainda está apto para o serviço e é enviado na missão para tentar descobrir o responsável pelo atentado terrorista no coração de Londres, responsável esse que contém a lista roubada com os nomes dos agentes e promete divulga-la aos poucos. Tem início então a mais uma aventura de Bond, que passa por Xangai, Macau e retorna a sua terra natal, a Escócia, mais precisamente na propriedade de sua família, a Skyfall do título (esqueça, portanto, o subtítulo brasileiro, pois não há qualquer Operação Skyfall em andamento).

Daniel Craig por ter carisma e até competência necessárias para viver o personagem, mas some quando divide a cena com o oscarizado Javier Bardem, que interpreta o personagem Silva, afetado ex-agente do MI-6 que, outrora também abandonado por M, vira casaca e tem como objetivo vingar-se de quem julgava ser sua protetora. Sua postura em cena, afetada mas nunca caricata, mostra o quão grande e talentoso é esse ator, que merece, a meu ver, mais uma indicação ao Oscar por esse filme.

Sam Mendes ("Estrada para a Perdição", "Beleza Americana") dirige com muita competência essa 23a. aventura de Bond, escrita por Neal Purvis, Robert Wade (veteranos em  007) e John Logan. O roteiro, recheado de ação, frases feitas (dignas dos melhores "tudum tsss") e viradas sensacionais, além de belas referências e homenagens aos clássicos dos anos 1960, faz desse filme uma obrigação para todo fã de filmes de ação e principalmente para os fãs de James Bond. Daniel Craig, apesar de ter expressado publicamente estar já cansado do personagem, que lhe caiu como uma luva, está já cotado para os próximos dois filmes da série, que têm tudo para fecharem com chave de ouro essa sequência se mantiverem a qualidade deste.


Um comentário:

  1. De fato, filmaço! Ainda mais pelos momentos finais surpreendentes. Acho que a trilha sonora também é digna de nota.
    Quanto à Daniel Craig, acho que o fez cair como uma luva foi o fato de agora com ele o James Bond ao menos suja a roupa, afastando aquela imagem do 007 sempre com o terno impecavelmente limpo, arrumado e sem nenhum arranhão. Gostava particularmente do Pierce Brosnan como 007, mas os filmes com ele, em especial as cenas de ação, eram muito exageradas... Aquela coisa bem sacal mesmo!
    Concordo quando você fala que esse é o melhor 007 dos três filmes com Daniel Craig e com a performance de Bardem, mas achei que o filme merecia uns 10 minutos a mais no início, para mostrar a "fossa" do agente depois de "morto". Achei que faltou alguma continuidade em algumas cenas. mesmo assim um Filmaço!

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