terça-feira, 3 de julho de 2012

Rio, patrimônio de quê?




Pois é, mais uma vez o Rio de Janeiro (e o Brasil, de lambuja) ganhou as manchetes do mundo com a escolha da cidade pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Que bom, que maravilha, mas... o que isso significa? Que de uma hora para outra o povo e seus governantes ficarão mais sérios, educados, conscientes de sua posição no panteão histórico e a cidade vai voltar a ser realmente a maravilha dos trópicos? Suas ruas ficarão limpas e sem trânsito? As praias serão todas despoluídas e a areia sem um pedacinho que seja de papel ou plástico? Nossos rios e lagoas e maravilhosa Baia de Guanabara serã despoluídos? Trens, barcas e metrô (não me atrevo a entrar na seara dos BRTs e ônibus) serão baratos, eficientes, chegarão a todos os pontos, desafogando o trânsito e contribuindo para amenizar a poluição? Os hotéis serão mais aconchegantes, menos caros? Aliás, haverá mais hotéis na cidade? Nossas ruas serão mais seguras, o crime organizado (ou não) vai mesmo deixar as pessoas de bem em paz? A policia vai ser eficiente, menos corrupta? Os políticos serão honestos? A educação pública municipal e estadual vão voltar a dar exemplos de qualidade? A especulação imobiliária vai ser freada e os preços dos imóveis vão voltar ao patamar aceitável? Aliás, a especulação vai ser freada e nossos imóveis históricos (sobrados e mansões centenárias) vão ser preservados? A cultura da cidade vai ser preservada?

Fica a dica para refletirmos sobre a real necessidade e merecimento até desse título em detrimento a outras cidades, algumas milenares e de suma importância cultural e histórica para toda a humanidade.

3 comentários:

  1. Poggi, acho que ninguém pensa que os muitos e graves problemas do Rio serão magicamente resolvidos graças ao novo título. O que ocorreu foi o reconhecimento de que o Rio é único e incrível. Como a própria Ana de Holanda disse, isso só aumenta a responsabilidade que temos todos (incluindo governos municipal, estadual e federal) de cuidar melhor deste tesouro nacional, mal tratado, mas não menos tesouro por isso.

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    1. A responsabilidade deveria ser antecedida ao título. De qualquer forma, vale o puxão de orelha para todos, principalmente os que "mandam".

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  2. "A responsabilidade deveria ser antecedida ao título."
    Disse tudo.

    A mesma coisa da Copa. Deveriam pensar se o Brasil tinha a capacidade de sediar esse evento ANTES de se candidatar, porque né, é óbvio que não tem estrutura. E vide o pós-Copa da África...

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